sexta-feira, 6 de maio de 2011

" Dentro do homem existe um Deus desconhecido: não sei qual mas existe."

Três da manhã.
Joana dá voltas e voltas na cama, tem de acordar às seis da manhã. Vai iniciar uma nova aventura afinal as contas não se pagam sozinhas e embora preferisse dedicar-se apenas ao conhecimento ela tem consciência que não poderá ser assim.Toca o despertador, Joana levanta-se toma banho, veste o seu fato calça e casaco azul escuro (como ela odeia aquele fato) com uma camisa branca cor que pura e simplesmente abdomina. Sai rumo a Lisboa, mora a uns escassos 15 km do local onde irá trabalhar mas para evitar o trânsito da hora de ponta sai pelas sete da manhã.
Enquanto conduz reflecte e sente-se furiosa, revoltada com a sua vida e o caminho que ela tomou, nunca quis este tipo de vida sempre quis outro tipo de conhecimento, um conhecimento mais oculto mais mágico uma procura pelas grandes questões da vida, longe das futilidades do dia a dia.
Chega ao local de trabalho estaciona e segue para o café mais próximo precisa de tomar o seu pequeno almoço uma sandes de queijo e um café duplo receita para se manter desperta, uma vez que dormiu pouco. São oito e quarenta e cinco está na hora de caminhar até ao trabalho uma Sociedade de Advogados, entra no elevador olha-se ao espelho para ver se está tudo em ordem, nele reflectem-se uns enormes olhos verdes numa pele extremamente branca quase não humana com alguma sardas que a tornam ainda mais bela, longos cabelos ruivos selvagens sempre desalinhados tal como a sua personalidade. Joana fecha mais o casaco, pensa em estratagemas para perder os quilos que tem a mais, ao mesmo tempo sorri e pensa que futilidade. Sai do elevador e toca à campainha.
A porta abre-se do outro lado uma personagem; mais uma que não simpatizou como as centenas de rostos que já lhe passaram nos seus 30 anos de vida nas dezenas de empregos por onde já passou. Nunca foi bem recebida, tem sempre problemas de integração acham-na diferente mas Joana não muda, não quer, nem consegue mudar, cinismo é palavra que não existe no seu dicionário.
- Bom Dia eu sou a Joana Sousa e venho para começar a trabalhar hoje.
- Mauro Castelo, como está? Sou o coordenador da area administrativa onde a Joana irá exercer as suas funções a partir de hoje.
Que homem oleoso e nojento pensa Joana. Um sorriso falso sempre naquele rosto que aparentava os seus 45 anos.
Seus pensamentos são interrompidos.
- Venha vou apresentá-la aos seus colegas
Com um sorriso forçado Joana lá foi rumo à sua nova aventura.
- Deu bem com o escritório?
- Sim foi bastante facil já conhecia a rua.
O homem oleoso (Joana já não se lembrava do seu nome) parou numa sala ampla onde estavam diversas secretárias com variados rostos todos sem despertar a minima simpatia, tudo olhares de serpentes prestes a lançar o seu ataque. Nada fora de comum Joana já estava habituada a ter a primeira impressão das pessoas, impressão essa e raramente variava. Um a um o homem oleoso foi apresentando os colegas que os nomes não importa referir uma vez que não são relevantes para esta história.

Sem comentários:

Enviar um comentário