Desde o despertar da humanidade que o homem
procura comunicar com o “invisível”,
com forças ocultas, e uma das formas encontradas foi através do sangue. O sangue tornou-se um elixir da vida, em que
nada escapa à sua lei, nele estão as origens do homem e do mistério da sua
morte. É através do sangue que se selam pactos, que se comunica com outros
planos e entidades.
Uma das bases pela obsessão e atracção pelo
vampirismo é o medo da morte a necessidade do mundo físico que nos leva a
recusar morrer e abandonar a nossa “carcaça”.
Tal como os mitos
do Vampiro a etimologia do termo está envolta em mistério. Existem 4 origens
distintas de onde poderá ter nascido o termo vampiro, respectivamente, do
Turco, Grego, Hebraico ou húngaro.
☥ Origem turca, da palavra turca “uber”, que significa “feiticeira ou bruxa”, dai derivando para o termo “vampiro”.
☥ Origem Grega, da palavra grega “πι”, que significa “beber”.
☥ Origem Eslava da palavra Sérvia “Bamiiup” a mesma teria evoluído para eslavo em termos como “upior”, “uper” e “upyr”; ou ainda que tenha sua origem no termo Lituano “wempti”, que também significa “beber”. O termo “upir” aparece também no livro intitulado “Líber Prophetarum” de 1074 D.C..
☥ Origem através da palavra húngara Vampir
A crença comum acha que o mito do vampiro se iniciou com a lenda de Vlad
III, Príncipe da Valáquia,
mais conhecido por Vlad o Empalador
(em romeno Vlad Tepes), mas na
realidade o mito é bem mais ancestral. Basta analisarmos os Deuses de algumas
mitologias para nos depararmos com divindades sedentas de sangue.
No Antigo
Egipto a Deusa Sekhmet deusa da
guerra e da medicina, invadia os campos de batalha e saciava-se com o sangue
dos guerreiros. A sua sede era tão grande que criava conflitos constantes para
levar o homem a guerrear. Uma das histórias mais conhecidas desta deusa é a seguinte: Rá ordenou a Sekhmet a
castigar a humanidade por causa da sua desobediência. A deusa executou a tarefa
com tamanha fúria que o deus Rá precisou
embriagá-la com vinho, pela semelhança da sua cor com sangue, para que ela não
acabasse exterminando toda a raça humana.
Nas
mitologias Babilónica e Suméria, Lilith
tinha 100 filhos por dia, súcubos
quando mulheres e íncubos quando
homens, ou simplesmente lilims. Eles
alimentavam-se da energia libertada no acto sexual e de sangue humano. Podiam também
manipular os sonhos humanos. Há certas particularidades interessantes nos
ataques de Lilith, como o aperto
esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo
de Adão, e a sua habilidade de cortar o pénis com sua vagina segundo os relatos
católicos medievais. Lilith é igualmente
associada à mulher escarlate.
Kali é a deusa da destruição e da
mudança na mitologia Hindu, é descrita como tendo uma língua extremamente longa
que usa para beber sangue. Kali é
destruidora da ignorância e só mata para manter o equilíbrio cósmico. Sempre
que ela age com violência existem mudanças. Os mitos relatam que ela é vista
muitas vezes nos campos de batalha, se as mesmas forem muito sangrentas.
Também na Índia temos os Rakshasas habitavam onde eram feitas as
cremações e tinham como líder Ravana que
era descrito com dentes pontiagudos e olhos sinistros, eram guardiões de
templos e palácios. Andavam pela noite em busca de sangue de crianças,
preferindo os recém nascidos.
Os Pisashas,
que se alimentavam de restos das cremações e eram causadores das mais diversas
calamidades.
Os Buthas
cuja alimentação eram recém nascidos. Normalmente eram aqueles que em vida se
suicidavam ou que eram executados que se transformavam após a morte em mortos
vivos. Para além de recém nascidos os Butha
alimentavam-se de fezes encontradas nos corpos decompostos. Podiam
transformar-se em corujas ou morcegos.
Uma das peças mais antigas que os arqueólogos
descobriram, não foi um poema, nem um texto religioso, mas sim um feitiço
mágico de cerca de 4000 antes de Cristo. Alegadamente escrito por uma mãe que
tentava proteger a sua filha de um ataque por um Ekimmou. Estes vampiros são um dos primeiros e mais
velhos mitos da humanidade, eram entidades amargas
e vingativas que bebiam sangue e cuja sua aparição estava associada a uma morte
certa. Vagueavam na terra, incapazes de encontrar paz, pretendendo
desesperadamente voltar à vida. Com uma aparência fantasmagórica, atacam os
homens sem piedade até lhes retirar a vida, eram conhecidos por perseguir as
suas vítimas por anos, até os eliminar completamente. Tinham poderes
telekinéticos.
Akakharu é um antigo texto
caldaico do terceiro milénio antes de Cristo, que fala de uma entidade
vampírica e vingadora criada por Tammuz como resposta à descida ao mundo
subterrâneo pela deusa Ishtar, quando
tentava salvar o seu filho e amante.Grécia
Temos
também nesta cultura a Lamia, era uma
criatura feminina monstruosa que se alimentava apenas de carne e sangue de
crianças. Conta o mito que Lamia era uma rainha
da Líbia, filha de poseídon e de uma
beleza estonteante o que levou Zeus a
se interessar por ela . Acabaram como amantes e tiveram vários filhos. Hera por
ciúmes matava todos os filhos de Lamia à
nascença, transformando-a depois em meia humana e meia serpente.Após este
evento Lamia vagueia pela noite a
sequestrar e a alimentar-se de crianças como vingança.
A Grécia é rica em
variedade de criaturas vampíricas, Vrykolakas,
era um morto-vivo que podia a forma de diversos animais. Quando se é atacado
por um deles, inevitavelmente a vitima acaba por se transformar também ela num,
particularmente violentos nos seu ataques, rasgam a pele e bebem o sangue das
suas vitimas.
«Seu corpo frio regressará para beber o sangue
quente»
Sófocles
Na antiga Roma existia um tipo de bruxa vampírica
chamada Strega, ou stregone no caso masculino. Durante a
noite transformavam-se em pássaros, normalmente corujas ou montavam na sua
cabra voadora em busca de crianças para delas drenar o sangue.
“Eles voam à noite e procuram crianças sem vigilantes,
sequestram-nas dos seus berços e emporcalham os seus corpos. Dizem que dilaceram
as entranhas das crianças com os seus bicos e suas gargantas ficam cheias do
sangue que beberam.”
Ovidio
Inglaterra
Gervase de Tillbury, num texto de 1214 na sua obra Otia
Imperalia falou de homens e de mulheres que viajavam durante a noite,
voando até aos quartos de mulheres e homens indefesos, sentavam-se no peito das
vitimas, fazendo a mesma ter pesadelos de estarem a cair ou a sufocar. Dizia Gervase que as mulheres eram mais
vorazes: tinham sexo com as suas vítimas, bebiam o seu sangue, raptavam
crianças e roubavam comida.
Nesta
altura na Inglaterra ainda não existia um nome para estas entidades, era usado
um termo geral que designava o fenómeno “Cadaver
Sanguisugus”.
Escandinávia
Na
Escandinávia tinham o nome de Draugr
ou Aptrganger - azuis como a morte ou
aquele que caminha depois da morte - descritos como criaturas saídas das
sepulturas que molestavam pessoas e animais. Eram criaturas vingadoras que
atacavam cruelmente qualquer um que se aproximasse da sua sepultura,
acreditava-se que se podia transformar num gato, num touro ou num cavalo
cinzento sem orelhas nem rabo.
Itália
Na Itália encontrou o esqueleto de
uma mulher que tinha um tijolo preso na sua boca.
O Moroi não são transformados em vampiros nascem vampiros, são seres humanos com habilidades vampíricas e desejos. Raramente bebem sangue, mastigam pequenos animais nos cemitérios e dos túmulos. São mais vampiros psíquicos, tema que será explorado em artigos futuros.
Em todos os momentos do nosso desenvolvimento social o Vampiro esteve lá…
Stanislas
de Guaita
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