segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os Rosacruzes - 1


Em 1623, os rosacruzes afixaram nos muros de Paris cartazes ao mesmo tempo misteriosos e intrigantes. Eis o seu texto:

“Nós, deputados do Colégio principal da Rosa+Cruz, demoramo-nos visível e invisivelmente nesta cidade pela graça do Altíssimo, para O Qual se volta o coração dos Justos. Mostramos e ensinamos a falar sem livros nem sinais, a falar todas as espécies de línguas dos países em que desejamos estar para tirar os homens, nossos semelhantes, de erro de morte.

Se alguém quiser nos ver somente por curiosidade, jamais se comunicará connosco, mas, se a vontade o levar realmente a se inscrever no registro de nossa Confraternidade, nós, que avaliamos pensamentos, faremos com que ele veja a verdade de nossas promessas; tanto é assim que não estabelecemos o local de nossa morada nesta cidade, visto que os pensamentos unidos à real vontade do leitor serão capazes de nos fazer conhecê-lo, e ele a nós.”

Alguns anos antes, os rosacruzes já se haviam dado a conhecer publicando três Manifestos deste então célebres:

Fama Fraternitatis, 1614
Confessio Fraternitatis, 1615 
O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz, 1616

 Na época, esses três Manifestos suscitaram numerosas reações, não somente da parte dos
meios intelectuais, mas também das autoridades políticas e religiosas. Entre 1614 e 1620, cerca de 400 panfletos, manuscritos e livros foram publicados, alguns para elogiá-los, outros para os denegrir. De qualquer forma, seu aparecimento constituiu um evento histórico muito importante, especialmente no mundo do esoterismo.


Fama Fraternitatis foi dirigido às autoridades políticas e religiosas,bem como aos cientistas da época. Ao mesmo tempo que fazia um balanço talvez negativo da situação geral na Europa, revelou a existência da Ordem da Rosa+Cruz através da história alegórica de Christian Rosenkreutz (1378-1484), desde o périplo que o levara pelo mundo inteiro antes de dar vida à Fraternidade Rosacruz, até à descoberta de seu túmulo. Esse Manifesto já fazia apelo a uma Reforma Universal.

Confessio Fraternitatis completou o primeiro Manifesto, por um lado insistindo na necessidade do ser humano e a sociedade se regenerarem e, por outro lado, indicando que a Fraternidade dos Rosacruzes possuía uma ciência filosófica que permitia realizar essa Regeneração. Nisso ele se dirigia antes de tudo aos buscadores desejosos de participar nos trabalhos da Ordem e promover a felicidade da Humanidade. O aspecto profético desse texto intrigou muito os eruditos da época.

O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz, num estilo bastante diferente dos dois primeiros Manifestos, relatou uma viagem iniciática que representava a busca da Iluminação. Essa viagem de sete dias se desenrolava em grande parte num misterioso castelo onde deviam ser celebradas as bodas de um rei e de uma rainha. Em termos simbólicos, o Casamento Alquímico descrevia a jornada espiritual que leva todo Iniciado a realizar a união entre sua alma (a esposa) e Deus (o esposo).

Fonte: M a n i f e s t o  P o s i t i o  F r a t e r n i t a t i s  R o s a e  C r u c i s

domingo, 29 de junho de 2014

O Mito do Vampiro


Desde o despertar da humanidade que o homem procura comunicar com o “invisível”, com forças ocultas, e uma das formas encontradas foi através do sangue. O sangue tornou-se um elixir da vida, em que nada escapa à sua lei, nele estão as origens do homem e do mistério da sua morte. É através do sangue que se selam pactos, que se comunica com outros planos e entidades.
Uma das bases pela obsessão e atracção pelo vampirismo é o medo da morte a necessidade do mundo físico que nos leva a recusar morrer e abandonar a nossa “carcaça”.

Tal como os mitos do Vampiro a etimologia do termo está envolta em mistério. Existem 4 origens distintas de onde poderá ter nascido o termo vampiro, respectivamente, do Turco, Grego, Hebraico ou húngaro.

Origem turca, da palavra turca “uber”, que significa “feiticeira ou bruxa”, dai derivando para o termo “vampiro”.

Origem Grega, da palavra grega “πι”, que significa “beber”.

Origem Eslava da palavra Sérvia “Bamiiup” a mesma teria evoluído para eslavo em termos como “upior”, “uper” e “upyr”; ou ainda que tenha sua origem no termo Lituano “wempti”, que também significa “beber”. O termo “upir” aparece também no livro intitulado “Líber Prophetarum” de 1074 D.C..

Origem através da palavra húngara Vampir

A crença comum acha que o mito do vampiro se iniciou com a lenda de Vlad III, Príncipe da Valáquia, mais conhecido por Vlad o Empalador (em romeno Vlad Tepes), mas na realidade o mito é bem mais ancestral. Basta analisarmos os Deuses de algumas mitologias para nos depararmos com divindades sedentas de sangue.

   No Antigo Egipto a Deusa Sekhmet deusa da guerra e da medicina, invadia os campos de batalha e saciava-se com o sangue dos guerreiros. A sua sede era tão grande que criava conflitos constantes para levar o homem a guerrear. Uma das histórias mais conhecidas desta deusa é a seguinte: ordenou a Sekhmet a castigar a humanidade por causa da sua desobediência. A deusa executou a tarefa com tamanha fúria que o deus precisou embriagá-la com vinho, pela semelhança da sua cor com sangue, para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana.

      Nas mitologias Babilónica e Suméria, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubos quando mulheres e íncubos quando homens, ou simplesmente lilims. Eles alimentavam-se da energia libertada no acto sexual e de sangue humano. Podiam também manipular os sonhos humanos. Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aperto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e a sua habilidade de cortar o pénis com sua vagina segundo os relatos católicos medievais. Lilith é igualmente associada à mulher escarlate.

       Kali é a deusa da destruição e da mudança na mitologia Hindu, é descrita como tendo uma língua extremamente longa que usa para beber sangue. Kali é destruidora da ignorância e só mata para manter o equilíbrio cósmico. Sempre que ela age com violência existem mudanças. Os mitos relatam que ela é vista muitas vezes nos campos de batalha, se as mesmas forem muito sangrentas.

Também na Índia temos os Rakshasas habitavam onde eram feitas as cremações e tinham como líder Ravana que era descrito com dentes pontiagudos e olhos sinistros, eram guardiões de templos e palácios. Andavam pela noite em busca de sangue de crianças, preferindo os recém nascidos.

    Os Pisashas, que se alimentavam de restos das cremações e eram causadores das mais diversas calamidades.

   Os Buthas cuja alimentação eram recém nascidos. Normalmente eram aqueles que em vida se suicidavam ou que eram executados que se transformavam após a morte em mortos vivos. Para além de recém nascidos os Butha alimentavam-se de fezes encontradas nos corpos decompostos. Podiam transformar-se em corujas ou morcegos.

 Assíria

Uma das peças mais antigas que os arqueólogos descobriram, não foi um poema, nem um texto religioso, mas sim um feitiço mágico de cerca de 4000 antes de Cristo. Alegadamente escrito por uma mãe que tentava proteger a sua filha de um ataque por um Ekimmou. Estes vampiros são um dos primeiros e mais velhos mitos da humanidade, eram entidades amargas e vingativas que bebiam sangue e cuja sua aparição estava associada a uma morte certa. Vagueavam na terra, incapazes de encontrar paz, pretendendo desesperadamente voltar à vida. Com uma aparência fantasmagórica, atacam os homens sem piedade até lhes retirar a vida, eram conhecidos por perseguir as suas vítimas por anos, até os eliminar completamente. Tinham poderes telekinéticos.
Akakharu é um antigo texto caldaico do terceiro milénio antes de Cristo, que fala de uma entidade vampírica e vingadora criada por Tammuz como resposta à descida ao mundo subterrâneo pela deusa Ishtar,  quando tentava salvar o seu filho e amante.


Grécia

      Os gregos costumavam cortar e queimar a cabeça de alguns cadáveres para evitar que os mesmos se transformassem em vampiros. Alitos era o nome às criaturas vampíricas que eram entidades vingadoras tornando-se assim pelos actos incorrectos que cometiam durante a vida. Lucien de Samosate na sua obra Histoire Veritable dá aos vampiros o nome Onoscéles eram descritas como mulheres lindíssimas com uma das pernas a acabar com um casco. Atraiam os homens para lugares escondidos e consumiam a sua carne, o seu sangue e o seu esperma. Viviam perto da água e tinham a capacidade de mudar de forma quando no seu interior.

        Temos também nesta cultura a Lamia, era uma criatura feminina monstruosa que se alimentava apenas de carne e sangue de crianças. Conta o mito que Lamia era uma rainha da Líbia,  filha de poseídon e de uma beleza estonteante o que levou Zeus a se interessar por ela . Acabaram como amantes e tiveram vários filhos. Hera por ciúmes matava todos os filhos de Lamia à nascença, transformando-a depois em meia humana e meia serpente.Após este evento Lamia vagueia pela noite a sequestrar e a alimentar-se de crianças como vingança.

     A Grécia é rica em variedade de criaturas vampíricas, Vrykolakas, era um morto-vivo que podia a forma de diversos animais. Quando se é atacado por um deles, inevitavelmente a vitima acaba por se transformar também ela num, particularmente violentos nos seu ataques, rasgam a pele e bebem o sangue das suas vitimas.

«Seu corpo frio regressará para beber o sangue quente»

                                                                             Sófocles

 Roma

      Na antiga Roma existia um tipo de bruxa vampírica chamada Strega, ou stregone no caso masculino. Durante a noite transformavam-se em pássaros, normalmente corujas ou montavam na sua cabra voadora em busca de crianças para delas drenar o sangue.

 

Eles voam à noite e procuram crianças sem vigilantes, sequestram-nas dos seus berços e emporcalham os seus corpos. Dizem que dilaceram as entranhas das crianças com os seus bicos e suas gargantas ficam cheias do sangue que beberam.”

 

                                                                                                                                                 Ovidio

 

Inglaterra

     Gervase de Tillbury, num texto de 1214 na sua obra Otia Imperalia falou de homens e de mulheres que viajavam durante a noite, voando até aos quartos de mulheres e homens indefesos, sentavam-se no peito das vitimas, fazendo a mesma ter pesadelos de estarem a cair ou a sufocar. Dizia Gervase que as mulheres eram mais vorazes: tinham sexo com as suas vítimas, bebiam o seu sangue, raptavam crianças e roubavam comida.

     Nesta altura na Inglaterra ainda não existia um nome para estas entidades, era usado um termo geral que designava o fenómeno “Cadaver Sanguisugus”.

Escandinávia

      Na Escandinávia tinham o nome de Draugr ou Aptrganger - azuis como a morte ou aquele que caminha depois da morte - descritos como criaturas saídas das sepulturas que molestavam pessoas e animais. Eram criaturas vingadoras que atacavam cruelmente qualquer um que se aproximasse da sua sepultura, acreditava-se que se podia transformar num gato, num touro ou num cavalo cinzento sem orelhas nem rabo.

Itália

     Em 1517 a Peste tirou um enorme número de vidas na cidade de Veneza, era crença de alguns habitantes que a mesma era causada pelo acréscimo do número de Vampiros, numa medida desesperada de resolver o assunto os coveiros tomaram algumas medidas: Matteo Borrini da Universidade de Florença.

Na Itália encontrou o esqueleto de uma mulher que tinha um tijolo preso na sua boca.

 
Roménia

O Moroi não são transformados em vampiros nascem vampiros, são seres humanos com habilidades vampíricas e desejos. Raramente bebem sangue, mastigam pequenos animais nos cemitérios e dos túmulos. São mais vampiros psíquicos, tema que será explorado em artigos futuros.

Em todos os momentos do nosso desenvolvimento social o Vampiro esteve lá…

 
«Ao proceder aos ritos sanguinários num túmulo entreaberto, agrava talvez a situação: é sugerir a Alma embaraçada ainda nas peias magnéticas do cadáver a tentação de se manter assim, é estender-lhe o cálice do abominável vampirismo»

                                                                                                                                    Stanislas de  Guaita

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