A Mente é a grande assassina do Real.
Que o discípulo mate o assassino.
Porque quando para si mesmo a sua própria forma parece irreal,
como o parecem, ao acordar, todas as formas que ele vê em sonhos; quando
deixar de ouvir os muitos, poderá divisar o Um - o som interior que mata o
exterior.
Então, e só então, abandonará ele a região de Asat, o falso,
para chegar ao reino de Sat, o verdadeiro.
Antes que a Alma possa ver, deve ser conseguida a harmonia
interior, e os olhos da carne tornados cegos a toda a ilusão.
Antes que a Alma possa ouvir, a imagem (o homem) tem de se
tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em
fúria como ao sussurro prateado do pirilampo de ouro.
Antes que a Alma possa compreender e recordar, ela deve
primeiro unir-se ao Falador Silencioso, como a forma que é dada ao barro se
uniu primeiro ao espírito do escultor.
Porque então a Alma ouvirá e poderá recordar-se.
E então ao ouvido interior falará...
A VOZ DO SILÊNCIO
Helena Petrovna Blavatsky in a Voz do Silêncio
(Traduzido por Fernando Pessoa)
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